Maria, após assumir o compromisso de ser a Mãe do Senhor, teria que comunicar a todos as suas decisões. Ela tinha ciência de que estava prestes a se casar com José, que suas decisões abalariam o relacionamento entre as famílias e que as suas atitudes eram contra as leis dos homens, podendo ser condenada a morte. Mas uma pergunta deve ser feita: O que fazer para acalmar o coração das pessoas para que suas reações sejam coerentes com o projeto de Deus?
Utilizando-se de sua sabedoria, Maria comunica aos familiares as decisões e parte imediatamente para a casa de Isabel, sua prima: “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia.” (Lc 1, 39).
Maria tinha ciência de que seria o tema das discussões naquele momento. Ao decidir ausentar-se da região em que morava, faria com que as pessoas, diretamente envolvidas, acalmassem-se e refletissem sobre o que estava acontecendo, para assim tomarem as decisões coerentes. Além disso, ela ajudaria sua prima nas necessidades e, principalmente, preservaria o Projeto de Redenção de Deus, que corria sério risco devido à inquietude de José naquele momento (Mt 1, 18ss).
A atitude de afastamento que Maria apresenta nesse breve período, revela-nos que, muitas vezes, devemo-nos afastar do círculo de discussão para que as pessoas exponham seus pensamentos e sentimentos, principalmente se formos o motivo da discussão. Entretanto, afastamento não é sinônimo de isolamento, pelo contrário, ao afastar-se Maria abre a oportunidade para que as pessoas compreendam as circunstâncias que motivaram suas decisões, e a sua dedicação em ser a “Escrava do Senhor”.