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domingo, 6 de julho de 2014

A política do papa Francisco! - Parte 2

A política do papa Francisco!

Amada(o) irmã(o) que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja e permaneça conosco em todos os dias de nossa vida! “Na verdade, um fruto de justiça é semeado na paz para aqueles que trabalham pela paz.” Tg 3,18.
Nessa edição continuarei a reflexão da visita do Papa Francisco à Terra Santa.
No dia 25 de maio houve ainda um grande momento em que o Papa Francisco derrubou todos protocolos. Ao passar pelo muro que divide palestinos de israelenses, no lado palestino, ele exige que o carro seja parado, desce do carro e vai até o muro, lá ele coloca a mão e abaixa a cabeça. Faz a oração em silêncio! Não pronuncia uma palavra sequer, mas não era preciso! Ele acabará de demonstrar o objetivo de sua visita, a todas as pessoas no mundo. Com seu ato, Francisco mostra que devemos nos colocar a frente dos muros que dividem irmãos, lamentarmos por eles existirem e fazer a nossa parte para que ele seja derrubado.
Papa Francisco vai para Tel Aviv, onde é recebido pelo presidente e pelo primeiro ministro de Israel. Em seu discurso novamente lembra: “vim como peregrino à Terra Santa, onde se desenrolou uma história plurimilenar e tiveram lugar os principais eventos relacionados com o nascimento e o desenvolvimento das três grandes religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo; por isso, ela é ponto de referência espiritual para grande parte da humanidade. Espero, pois, que esta Terra bendita seja um lugar onde não haja espaço algum para quem, instrumentalizando e exacerbando o valor da sua filiação religiosa, se torne intolerante e violento para com a religião alheia”.
Nesse discurso, Papa Francisco lembra do massacre dos Judeus na Segunda Guerra Mundial, e fala que aquilo foi um ato dos extremos e reza a Deus para que jamais volte a acontecer. Exige que o estado de Israel seja reconhecido para que os seus habitantes vivam em paz e segurança. Por outro lado, exige das autoridades israelenses que reconheçam o estado Palestino, para que esses também possam viver em paz e ter direto de locomoção. Papa Francisco, como fizera com Mahmoud Abbas, presidente da Palestina, cobra de Shimon Peres e de Benjamin Netanyahu que redobrem os esforços necessários para criar uma situação de Paz estável, baseada na Justiça e no Amor. Relembra o presidente do convite-convocação dos presidentes palestino e israelense a irem a nossa casa, o Vaticano, para juntos fazerem uma intensa oração invocando a Deus o dom da Paz,
Papa Francisco após o discurso às autoridades israelenses, dirige-se para a Basílica do Santo Sepulcro onde seria realizada uma Celebração Ecumênica com o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I. Em seu discurso, Papa Francisco reconhece as divisões que ainda existem entre os discípulos, mas, lembrando do ato do papa Paulo VI e do Patriarca Atenágoras, vê como o Espírito Santo faz maravilhas para os passos rumo a unidade. Ele conclui dizendo que devemos continuar na caminhada rumo a uma mesma comunhão, concluindo com: “E quando a desunião nos faz pessimistas, pouco corajosos, sem confiança, coloquemos todos sob o Manto da Mãe de Deus. Quando na alma cristã existem turbulências cristãs, somente sob o Manto de Nossa Senhora encontraremos paz. Que Ela nos ajude neste caminho”.
No dia 26 de maio, Papa Francisco começa sua peregrinação com uma visita a esplanada das Mesquitas, ao Grão-Mufti de Jerusalém e de toda a Palestina, xeque Muhamad Ahmad Hussein, onde em seu discurso chama os irmãos mulçumanos de Amigos. Recorda que as três religiões monoteístas tem como pai da Fé a figura de Abraão. Pede que estejamos todos abertos para o “diferente” e que devemos caminhar com esse, pois diante do mistério de Deus, somos todos pobres. E conclama a todos a serem testemunhas do agir de Deus na Paz e na Justiça.
Papa Francisco se dirige ao memorial do Holocausto e lembra a passagem bíblica em que Deus procura por Adão: “Adão, onde estás?” (cf. Gn 3, 9). E lembrou-nos da nossa responsabilidade e pediu perdão pela nossa atitude.
Depois foi ter uma reunião com o presidente de Israel, Shimon Peres, e cobra-lhe novamente, como fizera no dia anterior, que se dedique ao trabalho pela paz! Plantou uma oliveira como sinal do compromisso de ambos: “Que Jerusalém seja verdadeiramente a Cidade da paz!”.
Após a visita ao presidente, Papa Francisco se reúne com os grãos-rabinos, onde recordou de sua amizade com os judeus, desde o tempo em que morava em Buenos Aires. Lembrou-se da dedicação do Papa João Paulo II em ampliar o diálogo com o povo Judeu. E convocou a todos para um esforço pela construção da paz!
Papa Francisco se dirige para a Igreja do Getsêmani onde faz um discurso aos sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas. E com uma série de pergunta, nos leva a refletir sobre o nosso compromisso cristão. É nosso dever fazer uma pausa para refletir, e nada melhor que no mesmo lugar em que Jesus chamou os apóstolos a ficarem com ele vigiando e orando. Ele termina dizendo: “Imitemos a Virgem Maria e São João, permanecendo junto das muitas cruzes onde Jesus ainda está crucificado. Esta é a estrada pela qual o nosso Redentor nos chama a segui-Lo. Não há outra, é esta”.
Na Igreja do Cenáculo, Papa Francisco, recordando todos os momentos dos Apóstolos naquele local, incentiva a todos os Cristãos a saírem de suas “moradas” para anunciarem a alegria da Boa-Nova e a continuarem a construção do Reino de Justiça, Paz e Amor.
E no fim de sua viagem, Papa Francisco se despede sem um discurso! Falta de respeito? Desprezo? Nada disso!!! A atitude de silêncio nesse momento mostra que a viagem à Terra Santa não era uma viagem, mas sim um trabalho que continuará a ser realizado diariamente. A distância geométrica está ampliada, mas a aproximação da paz será feita através do diálogo constante, iniciado na disponibilidade de ir ao meio do confronto.
Encerro esse texto lembrando um saudoso amigo, que no último dia 13 de maio completou três anos junto a Deus, Laércio Teodoro Pereira, que sempre dizia: “Exemplo e chuva vêm sempre de cima!”. Pois bem, devemos rezar muito para que Deus nos dê a chuva que tantos precisamos, pois o exemplo presenciamos a cada momento através das atitudes do nosso papa Francisco!
Ó Deus, que suas graças sejam abundantemente derramadas, pelas mãos da Mãe da Igreja, sobre o nosso Papa Francisco, para ele continuar a ser exemplo de humildade e dedicação a construção do seu Reino!
Um Grande abraço da Paz!
Hernane Martinho Ferreira.
Fonte: http://papa.cancaonova.com/francisco/viagens-francisco/terra-santa/