Não tenho pretensões

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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Grito dos Excluídos

O Grito dos Excluídos é um conjunto de manifestações realizadas na Semana da Pátria (1 a 6 de Setembro), finalizando-se no Dia da Independência, 7 de setembro, onde ocorrem as principais manifestações tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de exclusão social na sociedade brasileira.
O Grito dos Excluídos nasceu de duas fontes complementares. De um lado, teve origem no Setor Pastoral Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), como uma forma de dar continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade de 1995, cujo lema – “Eras tu, Senhor” – abordava o tema Fraternidade e Excluídos. De outro lado, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira, realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema: “Brasil, alternativas e protagonistas”. Ou seja, o Grito é promovido pela Pastoral Social da Igreja Católica, mas, desde o início, conta com numerosos parceiros ligados às demais Igrejas do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), aos movimentos sociais, entidades e organizações.
Em 1995, o dia 7 de setembro foi escolhido para as manifestações do Grito dos Excluídos com a ideia de aproveitar o Dia da Pátria para mostrar que não basta uma independência politicamente formal. A verdadeira independência passa pela soberania da nação. Os manifestantes gritam não apenas com a voz, mas, sobretudo com as mãos e o corpo. É um momento oportuno para o exercício da verdadeira cidadania.
O Grito é um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos “esconderijos da sociedade” e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças. Constitui-se numa mobilização com três sentidos:
·        Denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social;
·        Tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome;
·        Propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.
O Grito dos Excluídos tem como finalidade não apenas a crítica do modelo neoliberal, mas também a preocupação propositiva de buscar alternativas. Daí seu duplo caráter, de protesto e afirmação, de denúncia e anúncio. Em síntese, seu horizonte último é abrir canais para a construção do Brasil que queremos, e no contexto atual, dizer o que Não Vale e o que Vale para a construção e participação no destino da nação.
Quanto à metodologia, ganha especial destaque a participação popular. Apesar de contar com uma coordenação nacional e com determinados eixos centrais para a temática de cada ano, a organização permanece aberta à iniciativa própria das diversas regiões e localidades. Deste modo, o tema geral se enriquece com a contribuição de temas específicos, o que torna as manifestações mais ricas.
Há alguns limites em que o Grito dos Excluídos avançou, mas que ainda precisa superar: como passar de um grito para os excluídos a um grito dos excluídos? Em outras palavras, como fazer com que os próprios excluídos organizem as atividades e tomem as decisões? Esse tem sido o grande desafio nesses anos.
Em 1999, o Grito ultrapassou as fronteiras do Brasil e é realizado em vários países das Américas, surgindo El Grito Continental por Trabajo, Justicia y Vida.
O tema do Grito dos Excluídos desse ano é: “Vida em Primeiro Lugar” e o Lema: “Ocupar ruas e praças por liberdade e direitos”
Um grande abraço da Paz
Hernane Martinho Ferreira
Praesidium Mãe dos Pequeninos
Comitium Stella Maris – Vila Alpina – São Paulo