Entra ano, sai
ano, entra ano novamente, sai ano novamente e, muitas vezes, não visualizamos
melhoras nos nossos conselhos ou grupos. Por que isso acontece???
Em alguns
casos, realmente, não há melhoras, devido à falta de motivação dos membros.
Nesse caso, há apenas uma solução: animar os membros! Como? Cabe a cada um
descobrir como animar a si e aos outros... não existe fórmula pronta ou
secreta!
Mas a
realidade nos apresenta outra visão... Existe sim uma melhora nos conselhos!
Mas, como isso é possível se não a enxergamos?
ENTÃO
VAMOS SUBIR NO HELICÓPTERO E ESTUDAR ESSA PONTE!
Muitas vezes,
analisamos se há melhora no conselho através da quantidade de membros: houve
aumento de membros, melhorou, houve redução, piorou. Esse aspecto pode até ser
levado em consideração se, simplesmente, nos preocuparmos com números. Mas,
lembremos que estamos lidando com seres humanos, imagem e semelhança de Deus.
“E agora José, Maria, Sebastiana, Gumercindo? A ‘coisa’ mudou de figura!...”.
Então, a
primeira pergunta deveria ser: Nós atingimos o objetivo proposto pelo conselho?
Ao
perguntarmos isso, pensamos nas diversas reuniões em que traçamos tarefas ou
divisões das mesmas. Essas reuniões são importantes, mas não são somente elas!
Um objetivo, para ser atingido, contém muito mais. Quando construímos uma
ponte, precisamos conhecer: onde ela será construída, o tamanho que
terá, o que irá ligar e para quem servirá, quanto tempo e esforços serão
empregados, quais problemas encontraremos, como solucionaremos os problemas e,
finalmente, quando estará pronta. Do mesmo modo é em nossos conselhos.
E aí colocamos por terra o ditado que diz: “a
ordem dos tratores não altera o viaduto”. Altera sim e muito!!! Por esse
motivo, devemos colocar os tratores na ordem correta, para não desperdiçarmos
energia. Então vamos a cada ponto:
Onde a ponte será construída – Como está o
nosso conselho?
Esse é o
primeiro passo, e provavelmente o mais difícil. Nesse momento devemos conversar
sobre o que cada membro pensa do conselho. E não é fácil os membros falarem o
que pensam ou sentem, pois não querem magoar os coordenadores. Cabe aos
coordenadores buscarem a sabedoria e incentivarem os membros a expressarem uma
crítica, até mesmo destrutiva, tornando-a algo para a construção do Reino de
Deus!
Esse ponto não
pode ser feito apenas em um momento, por isso é o mais difícil! Os
coordenadores devem ter a sabedoria de quantas vezes será necessário repetir
esse ponto, para purificarmos os corações e encontrar o objetivo de cada pessoa.
Mas cuidado: esse processo deve ser ultrapassado, senão ficará como um cachorro
correndo atrás do rabo!
Qual o tamanho da Ponte – Qual é o objetivo
do Conselho?
Depois de
conhecer a realidade do conselho e os objetivos pessoais, é a hora de montar o
objetivo do conselho. Esse objetivo deve ser como a Salada de Frutas: em uma
travessa (Sociedade) deverá ser colocada um pouco de cada fruta (objetivos
pessoais) e incrementada com groselha ou chantili (objetivos da Igreja, Legião
de Maria etc.). Para esse processo pode-se, e até deve-se, buscar assessoria de
pessoas que não fazem parte do conselho, ou da Legião de Maria. Mas cuidado, o
objetivo a ser definido é do conselho e não do assessor!
O que a ponte irá ligar e para quem ela
servirá – O trabalho será realizado para quem?
O objetivo do conselho
deve ir ao encontro da sociedade e das pessoas, respeitando-as sempre. Por esse
motivo, deve-se conhecer para quem o trabalho será realizado, para não
desperdiçar energia. Pode-se, num primeiro momento, buscar a melhora do conselho.
Depois melhorar o convívio paroquial e assim por diante.
Quanto tempo e esforços serão empregados –
Como atingir o objetivo?
É o momento de
aprimorar os conhecimentos dos membros, dividir as atividades e partir para a
ação. Para se atingir um objetivo, deve-se dividi-lo o máximo possível, levando
em consideração o número de membros e suas capacidades. Ao mesmo tempo em que o
membro tem seus conhecimentos ampliados, ele deve ser desafiado a colocar em prática. Lembre-se
de que cada pessoa é única, tem a sua velocidade de aprendizado e
desenvolvimento. Não acelere e nem freie as pessoas sem necessidade!
Quais problemas encontraremos na construção
– Estamos esquecendo de algo?
Reler o
objetivo e suas divisões é necessário. Verifique se houve a conclusão da
proposta para o período. Essa avaliação deve ser feita periodicamente por todos
os membros, corrigindo possíveis falhas e animando a continuidade em busca do
objetivo.
Como solucionar os problemas – Como
corrigir um possível erro?
Primeiro passo
é manter a calma! Lembre que estamos
lidando com pessoas e não com um objeto qualquer. A correção do “possível erro”
é, e sempre será, através do diálogo sincero.
Faça uma
avaliação de todo o processo e retorne ao ponto em que ficou faltando algo. Continue
a caminhada daquele ponto. O trabalho realizado não foi perdido, apenas mudará
a posição de onde a ponte irá terminar ou o prazo estimado.
Quando a ponte estará pronta – Quando
concluiremos o Objetivo?
Definir um
período é extremamente importante. Ele não deve ser curto, pois não será
atingido com eficiência, nem longo, pois haverá acomodação e esquecimento do
objetivo. Definir o tempo é preciso! Respeitar o anseio das pessoas ainda
mais!!!
Pronto! Agora
é avaliar se o objetivo foi atingido em sua plenitude, celebrar a conclusão dos
trabalhos e buscar um novo objetivo. Caso o objetivo não tenha sido atingido em
plenitude, isso não é motivo para lamentação, muito pelo contrário, veja como
um novo desafio!
Bem, agora já
podemos descer do helicóptero e modificar a afirmação que fizemos no início
desse texto. Sim, eu tenho certeza que houve uma melhora no nosso conselho!
Mas lembre-se
de sempre buscar melhorar... assim a vida continua, e como diz o grande poeta
Ivan Lins: “... Depende de nós, que o
circo esteja armado, que o palhaço esteja engraçado, que o riso esteja no
ar...”.
Hernane Martinho Ferreira
Praesidium Mãe dos Pequeninos
Comitium Stela Maris – Vila Alpina/SP
Fonte: baseado na matéria publicada na
Newsletter Legiornal - Edição 0 – Novembro de 2008