Não tenho pretensões

Meus escritos e minhas opiniões podem valer R$0,01 mas se a juntarmos a de 200.000.000 de pessoas desse país, debatermos com respeito e trabalharmos por aprimorá-las, com certeza poderemos construir um país melhor para todos! Venha debater!

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

E o pernilongo matou elefante branco!

Amada/o irmã/o oremos para que as graças de Deus, derramadas pelas mãos da Mãe Consoladora, console o coração dos familiares que tiveram seus entes ceifados pela Dengue!
Para muitos, esse texto pode estar em período incorreto uma vez que a tendência natural é a redução dos casos devido ao inverno, entretanto, recordando Gênesis 4,9-10, não podemos simplesmente “agradecer a Deus” que o pior já está passando.
A epidemia (eu ouso afirmar que o grau correto é pandemia) de dengue que aconteceu em São Paulo, reconhecida pelos “órgãos (ir)responsáveis” da saúde pública, é o resultado da grande incompetência dos governos estaduais e municipais, além da colaboração direta de cada um de nós!
A mais de trinta anos os governos no estado de São Paulo, comandando pelo PMDB-PSDB, deixaram nítido o descaso em relação a questão hídrica. Apesar de afirmarem terem aplicado bilhões de reais em infraestrutura, percebemos na prática que esses recursos nunca chegaram ao destino (onde foi parar esse dinheiro?). Como resultado: a enorme, e conhecida, crise hídrica e o medo do desabastecimento de água.
A população, consciente de que sem água não se vive, iniciou uma corrida “desenfreada, desorganizada, descontrolada e irresponsável” para o armazenamento de água. Novas caixas d’água, baldes, tambores, canecas, vasilhas, latas, entre tudo que se pode imaginar, foram utilizados para o armazenamento da água. Juntam-se, a esse aspecto, a escassez de chuvas, o excesso de calor e o descarte irregular do lixo, e estava pronta a triste ópera de uma tragédia anunciada: O cenário perfeito para a proliferação do Aedes aegypti!
Mesmo assim era possível ter amenizado a situação se houvesse interesse e cooperação dos governantes, entretanto, a guerra entre PSDB-PT, em São Paulo, decretou a morte de mais de 160 pessoas no estado. Ao invés de assumirem a responsabilidade de criarem um plano de combate ao transmissor e um plano emergencial para o tratamento aos infectados, ambos preferiram discutir se o resultado das eleições/2014 foi justo ou não. E eles têm hipocrisia suficiente para vir aos meios de comunicação para afirmar que estão defendendo o interesse do povo! 
Prontos-socorros, ambulatórios emergenciais e postos de saúde, todos esses estavam extremamente lotados com infectados. Fui uma das vítimas dessa doença, Na época procurei o Hospital Estadual de Vila Alpina/SP. O médico que me atendeu, muito atencioso, disse que naquela noite em cada dez pessoas atendidas, nove estavam infectadas com a dengue. Deu-me soro com dipirona sódica, mandou eu me hidratar bastante e repousar.
Apesar de toda atenção demonstrada pelo médico, ele não solicitou exame de sangue, não fez o relatório de comunicação epidemiológica para os órgãos de controle, não me entregou a guia para teste de comprovação e acompanhamento da doença. Como ele estava sobrecarregado, darei o benefício do esquecimento. Entretanto, por que os doze auxiliares administrativos, que se encontravam naquele setor do hospital naquele horário, não o fizeram? Em quantos casos ocorreu o mesmo? Será que foi orientação administrativa?
Hoje os sintomas já passaram, apesar de saber que o vírus ficará em meu organismo por até um ano. Entretanto, nem tudo foi ruim na doença, pois me ajudou a renovar a responsabilidade de denunciar o descaso de nossos políticos e a nossa irresponsabilidade para com o meio ambiente!
Lembre-se que o combate a dengue deve ser constante e permanente! Para maiores informações acesse: http://www.dengue.org.br
Que a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo permaneça sempre conosco!
Hernane Martinho Ferreira
Praesidium Mãe dos Pequeninos

Comitium Stella Maris – Vila Alpina – São Paulo
Matéria Publicada no jornal do Senatus - Ano 17 - Número 147 - Junho / Julho 2015