Amada/o irmã/o
oremos para que as graças de Deus, derramadas pelas mãos da Mãe Consoladora, console
o coração dos familiares que tiveram seus entes ceifados pela Dengue!
Para muitos,
esse texto pode estar em período incorreto uma vez que a tendência natural é a
redução dos casos devido ao inverno, entretanto, recordando Gênesis 4,9-10, não
podemos simplesmente “agradecer a Deus” que o pior já está passando.
A epidemia (eu
ouso afirmar que o grau correto é pandemia) de dengue que aconteceu em São Paulo , reconhecida
pelos “órgãos (ir)responsáveis” da saúde pública, é o resultado da grande
incompetência dos governos estaduais e municipais, além da colaboração direta
de cada um de nós!
A mais de
trinta anos os governos no estado de São Paulo, comandando pelo PMDB-PSDB, deixaram
nítido o descaso em relação a questão hídrica. Apesar de afirmarem terem
aplicado bilhões de reais em infraestrutura, percebemos na prática que esses
recursos nunca chegaram ao destino (onde foi parar esse dinheiro?). Como
resultado: a enorme, e conhecida, crise hídrica e o medo do desabastecimento de
água.
A população,
consciente de que sem água não se vive, iniciou uma corrida “desenfreada, desorganizada, descontrolada e
irresponsável” para o armazenamento de água. Novas caixas d’água, baldes,
tambores, canecas, vasilhas, latas, entre tudo que se pode imaginar, foram
utilizados para o armazenamento da água. Juntam-se, a esse aspecto, a escassez
de chuvas, o excesso de calor e o descarte irregular do lixo, e estava pronta a
triste ópera de uma tragédia anunciada: O cenário perfeito para a proliferação
do Aedes aegypti!
Mesmo assim
era possível ter amenizado a situação se houvesse interesse e cooperação dos
governantes, entretanto, a guerra entre PSDB-PT, em São Paulo , decretou a
morte de mais de 160 pessoas no estado. Ao invés de assumirem a
responsabilidade de criarem um plano de combate ao transmissor e um plano
emergencial para o tratamento aos infectados, ambos preferiram discutir se o
resultado das eleições/2014 foi justo ou não. E eles têm hipocrisia suficiente
para vir aos meios de comunicação para afirmar que estão defendendo o interesse
do povo!
Prontos-socorros,
ambulatórios emergenciais e postos de saúde, todos esses estavam extremamente
lotados com infectados. Fui uma das vítimas dessa doença, Na época procurei o
Hospital Estadual de Vila Alpina/SP. O médico que me atendeu, muito atencioso, disse
que naquela noite em cada dez pessoas atendidas, nove estavam infectadas com a
dengue. Deu-me soro com dipirona sódica, mandou eu me hidratar bastante e
repousar.
Apesar de toda
atenção demonstrada pelo médico, ele não solicitou exame de sangue, não fez o
relatório de comunicação epidemiológica para os órgãos de controle, não me entregou
a guia para teste de comprovação e acompanhamento da doença. Como ele estava
sobrecarregado, darei o benefício do esquecimento. Entretanto, por que os doze auxiliares
administrativos, que se encontravam naquele setor do hospital naquele horário,
não o fizeram? Em quantos casos ocorreu o mesmo? Será que foi orientação
administrativa?
Hoje os
sintomas já passaram, apesar de saber que o vírus ficará em meu organismo por
até um ano. Entretanto, nem tudo foi ruim na doença, pois me ajudou a renovar a
responsabilidade de denunciar o descaso de nossos políticos e a nossa
irresponsabilidade para com o meio ambiente!
Lembre-se que
o combate a dengue deve ser constante e permanente! Para maiores informações
acesse: http://www.dengue.org.br
Que a Paz de
Nosso Senhor Jesus Cristo permaneça sempre conosco!
Hernane
Martinho Ferreira
Praesidium Mãe
dos Pequeninos
Comitium
Stella Maris – Vila Alpina – São Paulo
Matéria Publicada no jornal do Senatus - Ano 17 - Número 147 - Junho / Julho 2015