Não tenho pretensões

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domingo, 15 de junho de 2014

A política do papa Francisco! - Parte I

Amada(o) irmã(o) que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja e permaneça conosco em todos os dias de nossa vida! “Na verdade, um fruto de justiça é semeado na paz para aqueles que trabalham pela paz.” Tg 3,18.
Bem que o Espírito do Senhor assoprou em meu ouvido, no dia do anúncio de sua escolha como papa, que eu esperasse e acreditasse! Obrigado Senhor por essa enorme bênção! Para mim é uma alegria sem fim a cada vez que vejo as atitudes de nosso Pastor, e mais uma vez ele aprontou das suas! Tenho certeza que muitos de nossos irmãos, católicos e protestantes, ficaram de cabelo arrepiado ao vê-lo tomando certas atitudes. Vivemos num mundo é que somos chamados a incomodar, e nada melhor que um Pastor que incomoda com atitudes simples!

Durante a preparação e da visita do papa Francisco a Terra Santa, podemos presenciar a essência do trabalho do Cristão! Primeiro ele exigiu que a visita ocorresse com a companhia de um Judeu e um Mulçumano. Essa exigência chamou atenção, para o simples: Somos três religiões monoteístas e filhos do mesmo pai na fé, Abraão! Essa exigência também mostra que a Terra Santa pertence a Deus, e que Cristãos, Judeus e Mulçumanos podem, e devem, viver pacificamente na Terra Prometida!
Depois ele decidiu levar consigo um funcionário do Vaticano que nunca teria condições financeiras de viajar à Terra Santa. O ato de escolher essa pessoa demonstra a preocupação do papa em ajudar aos irmãos em busca da felicidade e a crescerem na fé.
Outra exigência que o Papa Francisco fez, foi a de um carro simples e sem blindagem, para desespero da Polícia Israelense. Novamente ele faz essa opção, uma vez que havia feito o mesmo pedido no Rio de Janeiro! Entretanto essa exigência tem características diferentes nos dois casos. No Rio de Janeiro a mensagem foi: Enfrentem o medo da violência com a coragem. Já na Terra Santa a mensagem foi: Eis que venho desarmado ao meio dessa batalha, mas com o desejo de construir a Paz e Justiça!
Antes da viagem, Papa Francisco reza aos pés de Nossa Senhora. MARIA PASSA NA FRENTE E PREPARE O NOSSO CAMINHO! Francisco tinha plena consciência que a sua visita era uma ordem do próprio Deus! Logo, com a atitude de entregar aos cuidados de Nossa Senhora a viagem, ele mostra a todos que somos instrumentos de Deus na Construção do Reino, e que sem as suas Graças, derramada pelas mãos de Maria, não construiremos nada, será apenas uma viagem de passeio.
Na chegada à Jordânia, em seu discurso recorda novamente a importância histórica da Terra Santa para as Três Religiões! Enfatiza o problema das guerras que ocorrem na região, além das intolerâncias entre Israelenses e Palestinos. Termina felicitando aqueles que fazem as buscas pela Paz e diálogo inter-religioso.
Na Missa realizada em Amã, 1400 crianças recebem a Primeira Eucaristia, que nos mostra a importância do trabalho catequético do Cristão. É nosso dever catequisar, mesmo em meio a tribulação do mundo! Outro ato importante que o Papa Francisco realiza na missa foi em sua homilia quando ele diz: “A paz não se pode comprar: é um dom que se deve buscar pacientemente e construir artesanalmente através dos pequenos e grandes gestos que formam a nossa vida diária. Consolida-se o caminho da paz, se reconhecermos que todos temos o mesmo sangue e fazemos parte do gênero humano; se não nos esquecermos que temos um único Pai celeste e que todos nós somos seus filhos, feitos à sua imagem e semelhança”. Missa no Estádio Internacional em Amã, 24 de Maio de 2014.
Ao terminar a Missa, ele seguiu para o Rio Jordão, local onde Jesus foi batizado e que Deus falou que Ele era seu Filho amado. Uma oração silenciosa por quê? Simples: Diante da presença de Deus, silencie seus lábios e procure escutar a sua palavra! É momento de silenciarmos para escutar o que Deus nos tem a dizer.
Na visita aos refugiados, Papa Francisco tenta confortar aqueles que foram expulsos de suas terras e privados de suas condições físicas e financeiras, pois é o próprio Cristo que está ali em cada deles. Faz ainda uma cobrança à comunidade internacional, de sua responsabilidade em auxiliar aqueles que ali se encontram. Ser a favor da Paz é trabalhar por aqueles que foram privados de seus direitos básicos. Cobrou ainda que a comunidade internacional abandone seu discurso ideológico e que realmente atue para que as armas sejam silenciadas e que se promova o diálogo. Pede a todos os jovens que se unam a ele para rezarem pela Paz!
Em Belém, berço do Cristianismo, diante do Presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, se solidaria com o povo palestino vítima da intolerância e da exclusão. Entretanto impõe a ele que é hora de por fim a essa situação, cobrando do presidente que redobre os esforços necessários para criar uma situação de Paz estável, baseada na Justiça e no Amor. Lembrou ainda da importância em respeitar as diversas religiões e culturas existentes.
Na Missa realizada em Belém, Papa Francisco cobra a postura diante da marginalização das pessoas menos favorecidas e das crianças: “Infelizmente, neste nosso mundo que desenvolveu as tecnologias mais sofisticadas, ainda há tantas crianças em condições desumanas, que vivem à margem da sociedade, nas periferias das grandes cidades ou nas zonas rurais. Ainda hoje há tantas crianças exploradas, maltratadas, escravizadas, vítimas de violência e de tráficos ilícitos. Demasiadas são hoje as crianças exiladas, refugiadas, por vezes afundadas nos mares, especialmente nas águas do Mediterrâneo. De tudo isto nos envergonhamos hoje diante de Deus, Deus que Se fez Menino. E interrogamo-nos: Quem somos nós diante de Jesus Menino? Quem somos nós diante das crianças de hoje? Somos como Maria e José que acolhem Jesus e cuidam d’Ele com amor maternal e paternal? Ou somos como Herodes, que quer eliminá-Lo? Somos como os pastores, que se apressam a adorá-Lo prostrando-se diante d’Ele e oferecendo-Lhe os seus presentes humildes? Ou então ficamos indiferentes? Por acaso limitamo-nos à retórica e ao pietismo, sendo pessoas que exploram as imagens das crianças pobres para fins de lucro? Somos capazes de permanecer junto delas, de “perder tempo” com elas? Sabemos ouvi-las, defendê-las, rezar por elas e com elas? Ou negligenciamo-las, preferindo ocupar-nos dos nossos interesses?”. Missa de Francisco na Praça da Manjedoura, em Belém em 24 de maio de 2014.
Na mesma missa, onde estavam presentes os presidentes da Palestina, Mahmoud Abbas, e de Israel, Shimon Peres, Papa Francisco Reza o Regina Coeli, onde faz a dedicação de Belém à Nossa Senhora. Entretanto o grande ato de “rebeldia” é a convite-convocação dos presidentes palestino e israelense a irem a nossa casa, o Vaticano, para juntos fazerem uma intensa oração invocando a Deus o dom da Paz, já que é o desejo todos, ali presente, e que especialmente os que estão a serviço de seus povos têm o dever de se fazerem instrumento e construir a paz, antes de tudo na oração.
Papa Francisco se encontra com as crianças na gruta de Belém, recordando-nos o nosso dever que é exposto no salmo 78: “O que nós ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o esconderemos aos filhos deles, nós o contaremos à geração futura: os louvores de Javé, seu poder e as maravilhas que realizou.”. E deixou uma grande mensagem a todas as crianças: “Não deixem nunca que o passado determine a vida de vocês. Olhem sempre adiante. Trabalhem e lutem pelo que vocês querem. Percebam uma coisa: que a violência não se vence com a violência, mas com a paz. Com a paz, com o trabalho, com a dignidade de levar a pátria adiante. Muito obrigado por terem me recebido! Peço a Deus que os abençoe. E a vocês peço que rezem por mim. Muito obrigado”. Papa Francisco às crianças em Belém em 25 de maio de 2014.
Na próxima edição continuarei a reflexão sobre a política do Papa Francisco!
Um Grande abraço da Paz!

Hernane Martinho Ferreira.