Amada(o)
irmã(o) que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja e permaneça conosco em
todos os dias de nossa vida! “Na verdade,
um fruto de justiça é semeado na paz para aqueles que trabalham pela paz.” Tg
3,18.
Bem que o Espírito
do Senhor assoprou em meu ouvido, no dia do anúncio de sua escolha como papa,
que eu esperasse e acreditasse! Obrigado Senhor por essa enorme bênção! Para
mim é uma alegria sem fim a cada vez que vejo as atitudes de nosso Pastor, e
mais uma vez ele aprontou das suas! Tenho certeza que muitos de nossos irmãos,
católicos e protestantes, ficaram de cabelo arrepiado ao vê-lo tomando certas
atitudes. Vivemos num mundo é que somos chamados a incomodar, e nada melhor que
um Pastor que incomoda com atitudes simples!
Durante a preparação
e da visita do papa Francisco a Terra Santa, podemos presenciar a essência do
trabalho do Cristão! Primeiro ele exigiu que a visita ocorresse com a companhia
de um Judeu e um Mulçumano. Essa exigência chamou atenção, para o simples:
Somos três religiões monoteístas e filhos do mesmo pai na fé, Abraão! Essa
exigência também mostra que a Terra Santa pertence a Deus, e que Cristãos,
Judeus e Mulçumanos podem, e devem, viver pacificamente na Terra Prometida!
Depois ele
decidiu levar consigo um funcionário do Vaticano que nunca teria condições financeiras
de viajar à Terra Santa. O ato de escolher essa pessoa demonstra a preocupação
do papa em ajudar aos irmãos em busca da felicidade e a crescerem na fé.
Outra
exigência que o Papa Francisco fez, foi a de um carro simples e sem blindagem,
para desespero da Polícia Israelense. Novamente ele faz essa opção, uma vez que
havia feito o mesmo pedido no Rio de Janeiro! Entretanto essa exigência tem
características diferentes nos dois casos. No Rio de Janeiro a mensagem foi:
Enfrentem o medo da violência com a coragem. Já na Terra Santa a mensagem foi:
Eis que venho desarmado ao meio dessa batalha, mas com o desejo de construir a
Paz e Justiça!
Antes da
viagem, Papa Francisco reza aos pés de Nossa Senhora. MARIA PASSA NA FRENTE E
PREPARE O NOSSO CAMINHO! Francisco tinha plena consciência que a sua visita era
uma ordem do próprio Deus! Logo, com a atitude de entregar aos cuidados de
Nossa Senhora a viagem, ele mostra a todos que somos instrumentos de Deus na
Construção do Reino, e que sem as suas Graças, derramada pelas mãos de Maria,
não construiremos nada, será apenas uma viagem de passeio.
Na chegada à
Jordânia, em seu discurso recorda novamente a importância histórica da Terra
Santa para as Três Religiões! Enfatiza o problema das guerras que ocorrem na
região, além das intolerâncias entre Israelenses e Palestinos. Termina
felicitando aqueles que fazem as buscas pela Paz e diálogo inter-religioso.
Na Missa
realizada em Amã, 1400 crianças recebem a Primeira Eucaristia, que nos mostra a
importância do trabalho catequético do Cristão. É nosso dever catequisar, mesmo
em meio a tribulação do mundo! Outro ato importante que o Papa Francisco
realiza na missa foi em sua homilia quando ele diz: “A paz não se pode comprar: é um dom que se deve buscar pacientemente e
construir artesanalmente através dos pequenos e grandes gestos que formam a
nossa vida diária. Consolida-se o caminho da paz, se reconhecermos que todos
temos o mesmo sangue e fazemos parte do gênero humano; se não nos esquecermos
que temos um único Pai celeste e que todos nós somos seus filhos, feitos à sua
imagem e semelhança”. Missa no Estádio Internacional em Amã, 24 de Maio de
2014.
Ao terminar a
Missa, ele seguiu para o Rio Jordão, local onde Jesus foi batizado e que Deus
falou que Ele era seu Filho amado. Uma oração silenciosa por quê? Simples:
Diante da presença de Deus, silencie seus lábios e procure escutar a sua
palavra! É momento de silenciarmos para escutar o que Deus nos tem a dizer.
Na visita aos
refugiados, Papa Francisco tenta confortar aqueles que foram expulsos de suas
terras e privados de suas condições físicas e financeiras, pois é o próprio
Cristo que está ali em cada deles. Faz ainda uma cobrança à comunidade
internacional, de sua responsabilidade em auxiliar aqueles que ali se
encontram. Ser a favor da Paz é trabalhar por aqueles que foram privados de
seus direitos básicos. Cobrou ainda que a comunidade internacional abandone seu
discurso ideológico e que realmente atue para que as armas sejam silenciadas e
que se promova o diálogo. Pede a todos os jovens que se unam a ele para rezarem
pela Paz!
Em Belém,
berço do Cristianismo, diante do Presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, se
solidaria com o povo palestino vítima da intolerância e da exclusão. Entretanto
impõe a ele que é hora de por fim a essa situação, cobrando do presidente que
redobre os esforços necessários para criar uma situação de Paz estável, baseada
na Justiça e no Amor. Lembrou ainda da importância em respeitar as diversas
religiões e culturas existentes.
Na Missa
realizada em Belém, Papa Francisco cobra a postura diante da marginalização das
pessoas menos favorecidas e das crianças: “Infelizmente,
neste nosso mundo que desenvolveu as tecnologias mais sofisticadas, ainda há
tantas crianças em condições desumanas, que vivem à margem da sociedade, nas
periferias das grandes cidades ou nas zonas rurais. Ainda hoje há tantas
crianças exploradas, maltratadas, escravizadas, vítimas de violência e de
tráficos ilícitos. Demasiadas são hoje as crianças exiladas, refugiadas, por
vezes afundadas nos mares, especialmente nas águas do Mediterrâneo. De tudo
isto nos envergonhamos hoje diante de Deus, Deus que Se fez Menino. E
interrogamo-nos: Quem somos nós diante de Jesus Menino? Quem somos nós diante
das crianças de hoje? Somos como Maria e José que acolhem Jesus e cuidam d’Ele
com amor maternal e paternal? Ou somos como Herodes, que quer eliminá-Lo? Somos
como os pastores, que se apressam a adorá-Lo prostrando-se diante d’Ele e oferecendo-Lhe
os seus presentes humildes? Ou então ficamos indiferentes? Por acaso
limitamo-nos à retórica e ao pietismo, sendo pessoas que exploram as imagens
das crianças pobres para fins de lucro? Somos capazes de permanecer junto
delas, de “perder tempo” com elas? Sabemos ouvi-las, defendê-las, rezar por
elas e com elas? Ou negligenciamo-las, preferindo ocupar-nos dos nossos
interesses?”. Missa de Francisco na Praça da Manjedoura, em Belém em 24 de maio
de 2014.
Na mesma
missa, onde estavam presentes os presidentes da Palestina, Mahmoud Abbas, e de
Israel, Shimon Peres, Papa Francisco Reza o Regina Coeli, onde faz a dedicação
de Belém à Nossa Senhora. Entretanto o grande ato de “rebeldia” é a
convite-convocação dos presidentes palestino e israelense a irem a nossa casa,
o Vaticano, para juntos fazerem uma
intensa oração invocando a Deus o dom da Paz, já que é o desejo todos, ali
presente, e que especialmente os que
estão a serviço de seus povos têm o dever de se fazerem instrumento e construir
a paz, antes de tudo na oração.
Papa Francisco
se encontra com as crianças na gruta de Belém, recordando-nos o nosso dever que
é exposto no salmo 78: “O que nós ouvimos e aprendemos, o que nos contaram
nossos pais, não o esconderemos aos filhos deles, nós o contaremos à geração
futura: os louvores de Javé, seu poder e as maravilhas que realizou.”. E deixou
uma grande mensagem a todas as crianças: “Não
deixem nunca que o passado determine a vida de vocês. Olhem sempre adiante.
Trabalhem e lutem pelo que vocês querem. Percebam uma coisa: que a violência
não se vence com a violência, mas com a paz. Com a paz, com o trabalho, com a
dignidade de levar a pátria adiante. Muito obrigado por terem me recebido! Peço
a Deus que os abençoe. E a vocês peço que rezem por mim. Muito obrigado”. Papa
Francisco às crianças em Belém em 25 de maio de 2014.
Na próxima
edição continuarei a reflexão sobre a política do Papa Francisco!
Um Grande
abraço da Paz!
Hernane
Martinho Ferreira.