Não tenho pretensões

Meus escritos e minhas opiniões podem valer R$0,01 mas se a juntarmos a de 200.000.000 de pessoas desse país, debatermos com respeito e trabalharmos por aprimorá-las, com certeza poderemos construir um país melhor para todos! Venha debater!

domingo, 1 de julho de 2012

Polícia para quem precisa...


Amada(o) Irmã(o) que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja e permaneça sempre com você! Somos membros de uma sociedade que torna-se mais violenta a cada dia, mas como cristãos somos “homens e mulheres da Igreja no coração do mundo, e homens e mulheres do mundo no coração da Igreja” (Documento de Aparecida, 209), e por isso devemos assumir o múnus profético e mostrar erros e apontar formas de corrigir esses erros cometidos.
Lembremos de algumas passagens que ocorreram no ano de 2012, e que ficaram estampadas, por um período razoável, nos meios de comunicação privados:
1º A desocupação da Cracolândia (Centro Velho de São Paulo);
2º A reintegração de posse do Sítio Pinheirinho (São José dos Campos/SP);
3º Atropelamento e morte de menina por motocicleta náutica (Bertioga/SP);
4º Greve dos entregadores de combustíveis (São Paulo); e
5º Briga entre torcidas organizadas (São Paulo).

Faça, nesse momento, um exercício de memória sobre a atitude dos nossos governantes e da polícia em cada caso. Conseguiu lembrar?
Difícil, pois os nossos governantes, em momentos delicados como esses, evaporam como se fossem gasolina jogada em asfalto quente. E a postura da coordenação de segurança pública então, frase pronta: “iremos apurar os fatos e caso haja indício de alguma irregularidade encaminharemos para as devidas providências”. O pior é que os programas jornalísticos desses meios de comunicação se contentam em mostrar essa resposta! É muito pouco!
No caso da Cracolândia, não é segredo que existe um projeto de revitalização do local, que na verdade deveria ser chamado de especulação imobiliária privada. Esse projeto de revitalização para ter seu início deveria afastar os “moradores em situação de rua” do local. Sabemos que esses seres humanos são os mais vulneráveis ao consumo das drogas e a viverem em situações de completo abandono, mas simplesmente expulsa-los do local, não resolve a situação, apenas os espalham para os demais pontos da cidade. Onde está a inteligência em fazer tal ato?
No caso da reintegração do Sítio Pinheirinho, é algo abominável! É correto afirmar que as famílias, que moravam no local, estavam mal orientadas e faziam discursos incoerentes, com a realidade dos movimentos sociais. Aqueles coordenadores de tal Movimento, não possuíam a menor capacidade de o serem e levaram aquelas pessoas a exercerem a função de escudos. Esse tipo de coordenação é que faz com que os movimentos sociais sejam enxergados com preconceito. Por outro lado afirmar que a polícia exerceu de sua função para cumprir o mandato de reintegração, é um absurdo! Ela utilizou-se de tática de guerra para retirar as famílias. Essas táticas servem para expulsar traficantes e bandidos dos seus antros! Uma pergunta que cabe: quem são os interessados na rápida execução do mandato, se a empresa dona do terreno foi a falência há alguns anos?
No caso de Bertioga: por que o delegado de Bertioga encerrou o inquérito sem citar algum responsável, e o inquérito teve que mudar de comarca para responsabilizar quatro pessoas?
O caso da greve dos entregadores de combustíveis, apesar de não parecer, mas merece enorme atenção da sociedade. Não pela questão de haver ou não combustíveis para a circulação dos veículos, mas pela atitude da Secretaria de Segurança Pública. Ao decidir pela escolta aos caminhões, expõe-se a seguinte pergunta: devemos ser escoltados para ter segurança? Essa atitude deixa a sensação de não termos segurança nas ruas. Há pessoas mal intencionadas em todos os lugares, mas será que todos os sindicalistas são membros de grupos terroristas? Todo mundo sabe onde eles se reúnem, as suas opiniões e as suas decisões.
Finalmente vou citar o caso da briga de torcidas uniformizadas. Como torcedor, é sempre bom tirar um “sarro” dos torcedores do time adversário, mas também devemos aceitar o inverso. Tenho amigos que fazem parte de torcidas uniformizadas, são excelentes pessoas, mas já falei que aquele não é ambiente adequado para conviver, devido ao grande número de membros que enxergam o torcedor adversário como inimigo. Deixei de ir a estádios em 1990 quando uma torcida organizada do time que torço arrumou briga entre seus membros, bem próximo de onde eu estava. O que parece é que as torcidas organizadas sempre estão preparadas para a guerra, e o pior é que elas utilizam as redes sociais para marcarem o campo de batalha. Daí fica a pergunta: ninguém tinha conhecimento de tal fato? Todo clássico há briga de torcidas organizadas! No caso que aconteceu no dia 25 de março de 2012, a secretaria de segurança pública foi omissa: 22 policiais para cerca de 1000 torcedores organizados dispostos a guerrearem, não é nem um pouco prudente. E qual a postura do Ministério Público em relação a tal fato? E os nossos governantes apenas lamentam o fato ocorrido em nota oficial? Lamentar a morte de uma pessoa não resolve!
Em todos os casos, não condeno o agente policial que cumpriu a ordem recebida. Ele já tem várias dificuldades, que começam pelo baixo valor da remuneração salarial e o não a cumprimento seria caso de prisão e julgamento como desertor. Alguns casos podem acabar em expulsão e com uma dificuldade em arrumar um novo emprego, devido a tal condenação. Por outro lado, as atitudes de nossos governantes e seus assessores devem ser condenadas sim! Os mesmos devem prestar contas de suas decisões a sociedade e não se esconderem atrás de uma folha de papel timbrado, com assinatura digital.
Quero acreditar que essas atitudes foram alvos de reflexões, dos governantes e suas assessorias, e que projetos sociais foram implantados para amenizar as dores das pessoas envolvidas. Tenho esperança de que:
1) os governantes utilizem das “leis” para tratarem os “moradores em situação de rua” de seus vícios e os levem a retornar para o convívio de suas famílias e da sociedade;
2) as famílias do Sítio Pinheirinho, e demais locais, foram encaminhadas para um abrigo e que elas colaboram diretamente na construção de suas futuras moradias;
3) no caso das mortes dos jovens torcedores e da menina na praia, os responsáveis respondam conforme a verdade dos fatos;
4) haja um projeto de melhoria da segurança pública
5) a sociedade acredite que a polícia existe para quem precisa...

Antes de acabar, quero agradecer a você pelo tempo que desperdiçou lendo essa matéria. Um grande beijo da paz!!!
Hernane M. Ferreira